terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

lágrima

[Crianças da Favela Monte Alegre-Ribeirão Preto. Março 2005. Foto: Gaia]
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"[...] Que vale o pensamento humano,esforçado e vencido, na turbulência das horas?


Que valem a conversa apenas murmurada, a erma ternura, os delicados adeuses?


Que valem as pálpebras da tímida esperança, orvalhadas de trêmulo sal?


O sangue e a lágrima são pequenos cristais sutis, no profundo diagrama.


E o homem tão inutilmente pensante e pensado só tem a tristeza para distingui-lo. [...]"

Noturno- Cecília Meireles


quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

trem

[Trem que vai de Santana a Serra do Navio. Amapá. Janeiro 2006]
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"[...] As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão

Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão."

[Memória- Carlos Drummond de Andrade]

amarelo

[Salvador, fim de tarde na Barra. Dez 2006. Foto: Gaia]
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E cá estou eu ... Rumo à cidade das cores...
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"Bahia que não me sai do pensamento
Faço o meu lamento, oi
Na desesperança, oi
De encontrar nesse mundo
O amor que eu perdi na Bahia "
Salve Ary Barroso!


quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

janela

[Centro de Vitória visto da janela do apartamento do Milton. Nov 2006. Foto: Gaia]
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"Pela janela do quarto pela janela do carro
Pela tela pela janela,
Quem é éla, quem é ela
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle [...]"

rosa

[Casa de boneca na Favela Monte Alegre-Ribeirão Preto- SP. Março 2005. Foto: Gaia]
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"E só fazia fantasia e não fazia mal (...)"


domingo, 4 de fevereiro de 2007

gira mundo

[Mestre-sala e porta-bandeira no ensaio da Unidos de Jucutuquara. Vitória-ES. Outubro 2006. Foto: Gaia]
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O que gira é o mundo ou é ela?

as flores

[No caminho para Pratinha, Ibitirama-ES, enquanto tentava desatolar o carro. Fev 2007. Fotos: Gaia]
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Quem disse que nem tudo são flores? São flores sim! Em meio a lama são as flores que tornam os dias mais coloridos. Nos cemitérios também são elas que tornam a tristeza mais supertável. Na casinha simples no meio da estrada são delas o mérito do sorriso gentil de quem passa cansado de andar no sol o dia inteiro. Lá, em qualquer cantinho nasce uma flor e consequentemente um sorriso tornando a vida um pouquinho mais feliz.
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"Quem pagará o enterro e as flores
Se eu morrer de amores?''
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[Vinicius de Moraes]

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

encontro inusitado

[SESC Pompéia-SP. Outubro 2005. Foto: Gaia]
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Primeiro saiu ela. A bailarina. Rodopiou pra lá e pra cá e seguiu saltitando. Depois saiu ele. O soldadinho de chumbo que encontrou o rapaz simpatizante do MST. A menininha parou e não entendeu nada! São Paulo é assim mesmo. Onde essas figuras estão todas juntas e trocam idéia como em conto de fadas.

azul

[O moço que pesca na praia do Farol da Barra. Salvador. Dez 2006. Foto: Gaia]
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O mar... Azul nem que seja do reflexo do céu.
E que dias chuvosos não cheguem por agora... Porque o cinza não cabe nesse mar.

dia de festa

[Folia de Reis em Itaúnas (ES) na festa da cidade. Janeiro 2007. Foto: Gaia]
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Porque no dia de festa eles colocam sua roupa mais bonita, feita com todo cuidado. Costurada com bastate carinho para que todas as cores juntas não briguem, não se estranhem. Em dia de festa eles se juntam e cantam o dia inteiro. E contam suas hitórias pela cidade. Vão pelos bares, pelas ruas, pelas esquinas e as vezes param. Se encontram na praça, recebem aplausos. Fim da festa. Missão cumprida. Ano a ano... Eternizando...

bom dia

[Fim de mais um dia de verão em Ibitirama (ES- fev 2007). Sim, pode ser assim o verão no Brasil. Foto: Gaia]
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O olhar é quase como um "bom dia". Aconstumamo-nos com ele. Naturalizamos. Até banalizamos. Olhamos sem olhar, assim como falamos "bom dia" em dia de sol, "bom dia" em dia de chuva. Em dia quente ou dia frio. No feriado ou em dia de trabalho. Em março ou novembro. Sempre o mesmo: "bom dia". Não que não possam ser bons os dias... Mas são únicos, e ímpres assim como são as muitas e diversas formas e cores que passam diante do nosso olhar.


O dia de verão de Ibitirama é assim... amanhece meio cinza, depois faz sol e céu azul perto de meio-dia, chuva no meio da tarde e névoa ao entardecer... Algumas noites se vê estrelas. Não é todo dia.