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"A geografia da cidade moderna assim como a tecnologia mais avançada põem em relevo problemas já estratificados na sociedade ocidental, ao imaginar espalos alternativos em que um corpo humano poderia estar atento a outros. A tela do computador, os bairros isolados da periferia são consequencias espaciais de problemas que até então insolúveis nas ruas, quarteirões, igrejas e auditórios, em casas e pátios, locais de aglomeração - velhas construções de pedra que ainda forçavam as pessoas a se tocarem, mas que se demontraram inúteis quando se tratou de despertar a atenção prometida pela gravura de Hogarth à carne".
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"Em meio a muitas revisões que a morte impõe à mente dos que sobrevivem, e particularmente a forma de sua morte, me fizeram pensar sobre a observação de Wittgenstein, contestadora da importância que os espaços construídos têm para os corpos em sofrimento. 'Por conhecermos o lugar da dor', pergunta Wittegenstein, 'podemos situá-la no espaço, definir a que distância das paredes e do chão da sala ela se manifesta?... "
[Richard Sennett, Carne e Pedra: O corpo e a cidade na civilização ocidental, 1994]
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Entre carne, pedra e fluxos ando por aí tentando achar a alma...