domingo, 17 de fevereiro de 2008

maré

[maré cheia! Porto de Galinhas-PE. Fev 2008. Foto: Gaia]
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“Você nota que apesar do seu mal estar é notável o seu viço. E, novamente, você conjectura: sabe-se lá se ela vai conseguir desta vez. Isso nem ela sabe. Só o que sabe é que esta é a única chance de criar, para os afetos daquele encontro, um plano de consistência que lhe permita expandir e irrigar sua existência –não só amorosa. Sabe também que, mesmo que consiga criar esse plano, isso não significa que finalmente terá encontrado sossego. Seu corpo sempre estará fazendo novos encontros, novos afetos estarão sempre surgindo e, mais cedo ou mais tarde, o plano, feito dos afetos do encontro atual, não funcionará mais como campo magnético, gerador de força para a vida. E quando isso acontecer, o plano simplesmente, terá perdido razão de ser. Ele terá gorado e ela de novo estará sendo arrastada para outro lugar. Desensimesmada, dessubjetivada, desterritorializada. À procura, mais uma vez, de matéria de expressão por meio da qual existir.”
[ROLNIK, Suely. Cartografia sentimental: transformações contemporâneas do desejo. –Porto Alegre: Sulinas; Editora da UFRGS, 2007]
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Porque já é quase março... Hora de refazer os planos. Amarrar alguns fios, tecer novas estradas, acalmar o coração e contruir novos territórios. Feliz, sempre feliz!

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